O maior tesouro que uma pessoa pode ajuntar É o de caráter
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Mostrando postagens de agosto, 2013
Balanços ao vento
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Daqui observo folhas verdes, que dançam suavemente ao vento. E veja! São como eu... Balançam, se curvam, quase tombam, mas resistem ao sopro do tempo. Assim como as folhas, que acolhem o orvalho da aurora em suas nervuras, também em meu rosto deslizam lágrimas, como gotas de orvalho na frescura. Folhas espessas de jacarandá, antigo, marcado em seu viço, me trazem saudade entranhada dos sonhos que um dia foram meus. Dos amores desfeitos, que em mim floresceram, dos beijos perdidos ― não dados, apenas meus.
O quê foi de minha vida?
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Metade da minha vida foi dedicada a sonhar, a outra metade, a buscar concretizar. Uma parte em lágrimas, chorando, outra parte em desilusão, a naufragar. Ao olhar para o passado, percebo que minha jornada não teve seu valor. Não percebi as coisas boas que surgiram, entre as lágrimas que obscureceram meu olhar. Muitos sóis nasceram, e eu não os vi, Afundada em mágoas, presa ao sofrimento. Deixei alegrias escaparem de mim, em busca de um conforto ilusório na dor. Somente agora consigo ver e entender a brevidade desta vida que se desenrola. Amanhã nem sempre trará um novo amanhecer, e a fugacidade da existência, finalmente se revela.
Um Novo Amanhã
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Anseio por um novo mundo a moldar, Onde cada tijolo seja meu feito. Desvendar meus tesouros no lugar, Onde a vida os guardou, em segredo estreito. Desejo acordar essa criança mansa, Que repousa em mim, quietude encantada. Romper o silêncio, devolver-lhe a esperança, Para que sua voz seja novamente escutada. Quero um amanhã renovado, Onde lembranças não sejam só lamento. Onde a luz da alma seja meu reinado, E a criança em mim floresça em contentamento.
Lamúria
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Envolve-me o gélido abraço do mundo exterior, uma neblina etérea, como flocos de dor. Pintando de um cinza sombrio os corações que agora, em uma rima tortuosa, entoam lamentos desoladores. Mas o canto, sem dúvida, é um grito de agonia, um lamento sussurrado, carregado de tristeza. Tento dissipá-lo, em vão, com ardor, Enquanto a dança da aflição se torna meu pesadelo. Arrisco-me a esculpir sonetos, como quem entrelaça a teia da felicidade. Mas sufocada, perco-me em desamores, na névoa densa da melancolia. Como o frio que envolve meu abrigo, assim minha alma se afunda em trevas. Estremece na hora morta, congelada, envolta numa aura de memórias aterradoras.
Teatro
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Vejo a vida como um palco vasto, Um teatro cômico, com atores sem jeito. De tudo um pouco, e pouco de tudo, Um vazio cheio de promessas desfeitas. Um vão repleto de sonhos perdidos, Abrigo dos tolos, céus ilusórios. Labirinto de incertezas se desdobrando, Dor que vira amor após o vinho. A vida, espetáculo sem fim, segue, segue... Com seus erros e improvisos, cada dia uma peça mal ensaiada. Ideia mal iluminada com plateias sonolentas, Desistiram, cansadas deste enredo gasto. Conhecemos de olhos fechados este cenário roto, Mas evitamos a verdade. Era tudo maldade? Mentira, então? Repetimos sem parar, juntando cacos, montando histórias. Prosseguimos porque não queremos que saibam que somos frágeis e covardes.