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Mostrando postagens de junho, 2024

Não Me Vi Partir

 De repente me dei conta de um ausente. Era eu,  mas eu não me vi ali.  Era um vazio. Um vácuo.  Um frio. Inclemente. Cheguei, mas não me vi partir.  Onde me deixei? Só vi, incrédula, a passagem do tempo, esse tormento, que seguiu sem me avisar que minha hora ia chegar.  Mas que lamento. Que hora é essa se não uma saudade ímpar, um lamento do que sou, mas não fui. Na penumbra do tempo me descobri. Um eco solitário, presa em mim mesma.  Cheguei à vida, mas não me vi partir. Onde me deixei? Em que esquina me esqueci? A passagem como um rio sem margens seguiu seu curso, sem aviso, sem piedade. Espalhando-se. Sozinha me deixou. E eu, incrédula, assisti à dança das horas  enquanto o relógio marcava meu destino. Ah, que lamento! Não era apenas saudade, era um vazio profundo, uma dor sem idade.  Ressentimento. As memórias se entrelaçavam como fios de teia dos momentos e eu, perdida na trama do esquecimento. Quem fui eu? Quem sou agora? Um espectro d...

No Final, Quem Se Importa?

 Quem se importa, no final? Depois de duas horas, palavras cansam, pessoas se entediam. No final, quem se importa com o que você é, o que você faz, com o que você sente? Ninguém... Quando os atos não são fatos e tudo o que se tem são promessas Vazias. Como o ar, desvanece. O que sobra é a raiva. Sempre quieta. Calada. Mal amada. Velada!  

Quem Sou Eu?

 Quem sou eu, quando a sombra cai e a cor se esvai deixando triste o olhar? Quem sou eu, quando tudo é o vazio de um poema sombrio de quem só soube amar? Quem sou eu, Quando sua mão me solta e não tem mais volta meu grito de dor? Quem sou eu, na estrada da vida sem volta, só ida? Sou lamento e ferida!