Choro Mudo

 Minhas melhores poesias nascem

não quando o lápis dança em minha mão,

mas quando ouço o que o coração expurga.

Doente. Gangrenado. 

Sofre alienado, 

enraizado em convicções que os tolos esperam ouvir de mim.


A vida é triste, sussurra ela.

Não! - grito, dedo em riste – 

Não poderia ser mais bela.

É boa, é maravilhosa. 


Essa voz convicta esconde mais que mazelas,

esconde a mentira odiosa de que, para mim, a vida é dor. 

Mofo, amargor, torpor, odor.


Um apodrecimento que devorou minha alma, 

e agora, sou casca vazia que se derrama em lágrimas

- escondidas - porque é tudo o que me restou. De tudo. 

Um oceano que me afoga todas as noites. 

Choro mudo.


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