Vastidão

 

Na vastidão da memória adormecida,

preenchida de ecos de tempos passados,

emerge a saudade, ferida tão sentida,

invadindo a alma em suspiros desgarrados.

 

Um oceano de tristeza se derrama

nas cavernas profundas do coração aflito.

Amores consumidos nas cinzas  da chama,

lavas de um vulcão não contido.

 

É uma melancolia que entrelaça

o corpo, a alma, a mente.

É um sofrer que abraça, enlaça

com uma saudade ardente.

 

Um amor de suspiros que amanhece

envolto em véus de ausência e solidão.

Acordando a alma que padece

na bruma fria da escuridão.

 

É uma saudade que dói doída,

uma ausência que não se esquece.

Uma lembrança que vem corrompida

por um ai que enlouquece.

 

É uma voz que fala distante

ecoando um queixume de solidão.

É um abraço no vazio escaldante

do vazio da imensidão.

 

É mão vazia, memória cheia.

Sabor amargo de angústia.

É fogo frio, pegada na areia.

O último beijo de núpcia.

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