As Coisas que Moram no Corpo

 

No meu corpo moram coisas.
Coisas que não nomeio.
Coisas que têm a forma do seu abraço.

A pele guarda toques
como quem coleciona histórias.
E cada história tem seu fim
marcado em carne viva.

Você ainda mora
na curva do meu ombro,
na dobra dos meus joelhos,
no lado esquerdo do meu sono.

E isso ninguém vê.
Mas eu sinto —
quando respiro, quando fecho os olhos,
quando esqueço que não te esqueci.

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